Escada dos
graus dos Ritos Escocês (esq.) e York (dir.)
Para ser
considerado apto ao ingresso no grau seguinte, é comum a exigência de
requisitos, como presença mínima nas reuniões, apresentação de um trabalho
sobre os ensinamentos do grau em que se encontra e passagem por uma sabatina.
Em outras palavras, Maçonaria é uma escola.
O Rito
Escocês Antigo e Aceito – REAA, o mais conhecido dos maçons brasileiros, é
composto por 33 graus. Do primeiro degrau até o topo dessa escada costuma-se
demorar, no mínimo, 06 anos. Isso porque existem interstícios a serem
respeitados que garantem esse tempo mínimo. Por esse motivo, muitos maçons
gostam de chamar o Rito Escocês de “Faculdade de Maçonaria”.
E por que
alguém frequenta uma Escola? Para aprender, claro! Mas em uma faculdade,
existem geralmente dois tipos de estudantes: os que estão ali pela vocação,
pela vontade de aprender, e os que só querem o diploma, o título. Aqueles com
vocação e vontade são assíduos, participativos, esforçados, estudiosos e
comprometidos. Já os outros são ausentes, relapsos, enrolados, “picaretas”. Na
Maçonaria isso não é diferente.
Porém, no
universo acadêmico existe uma alternativa para aqueles interessados apenas no
título e que possuem o desvio de caráter da desonestidade. Para esses vaidosos
desonestos existe um “atalho” que é a compra de diploma, um crime ainda
frequente no Brasil. É claro que não se compra o conhecimento, que só pode ser
conquistado. Mas para esse tipo de indivíduo, o título já é o bastante para
satisfazer seus interesses.
De uma forma
geral, existem três formas de se comprar um diploma: por meio de uma
instituição corrupta, por meio de um funcionário corrupto, e por meio de um
fraudador. O primeiro caso é claramente o mais grave, pois o crime não é
cometido por um indivíduo, mas por uma instituição. Uma faculdade que vende
diplomas, além de criminosa, não somente coloca em risco a qualidade dos
serviços prestados pelos beneficiados pela compra, como prejudica a honra de
seus estudantes honestos.
Infelizmente,
ainda existe esse tipo de faculdade no Brasil e, mais uma vez, na Maçonaria não
é diferente. São vários os casos de maçons passando por todos os graus
superiores de um rito em um único final de semana. Esse lamentável fenômeno é
conhecido por muitos maçons como “Elevador de Jacó”. O termo significa que o
sujeito, em vez de subir degrau por degrau, “pega um elevador e vai direto para
a cobertura”.
Sendo a
Maçonaria uma escola, sua finalidade é ensinar. E sendo o maçom um estudante,
seu objetivo é aprender. Sempre que um Corpo Maçônico ou um maçom fugir disso,
estará cometendo um crime. Não um crime legal, mas um crime moral. Um crime
perante os maçons e instituições maçônicas honestas deste país.
O fenômeno
ocorre no Brasil desde a chegada dos primeiros Ritos Maçônicos, há quase 200
anos atrás, e possui permissão estatutária. No início, tinha-se a desculpa da
necessidade de se formar rapidamente uma base para a consolidação dos ritos.
Mas atualmente, em pleno século XXI, essa demanda não mais existe. A “subida
súbita” tem servido apenas para atender os caprichos de alguns poucos “profanos
de avental”, e sido motivada por interesses políticos das instituições
fornecedoras.
Os “usuários
do elevador” nada sabem e, portanto, nada podem ensinar. Dessa forma, tal
prática, assim como ocorre no mundo acadêmico, também é prejudicial ao
desenvolvimento da Maçonaria. Mas cabe a cada um dos “estudantes exemplares”
trabalharem para a mudança dessa realidade. Aí, quem sabe, essas “escolas de
moral” possam ensinar também com o exemplo.
Fraterno
Abraço
RuyR@mires.'.
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