Atenção meus Irmãos:
Este artigo é profundamente antimaçônico, publicado em um site pouco
recomendável, criado por um indivíduo muito polêmico que ataca tudo e todos e
tem posições políticas e ideológicas extremamente perturbadoras. Mas, queremos
manter um equilíbrio e mostrar também as opiniões contrárias.
Assim como os escândalos imobiliários ou os neorreacionários,
este assunto é bom para encher linguiça na imprensa, a Maçonaria tendo tudo
para seduzir: alegadamente secreta, organização impalpável e dirigindo dos
bastidores, algumas orientações políticas… O dois grandes erros a nunca serem
cometidos sobre Maçonaria por uma jornalista são: vê-la em toda parte e não
vê-la em lugar algum. Mas hoje, enquanto quase oito revistas semanais se
dedicam uma cobertura por ano sobre a mesma, como avaliar suas ideias e fazer
um registro histórico de sua ação, se ela deve permanecer secreta e acima
de tudo: qual o futuro para este clube muito privado?
História de uma rede
A Maçonaria nasceu em 24 de junho de 1717, na
Grã-Bretanha e logo tornou-se moda, principalmente entre os burgueses e
comerciantes. E gradativamente, mais personalidades da alta nobreza se juntam
ou são cooptadas. Em 1723, os primeiros maçons se estabelecem na França,
apoiados por orçamentos ingleses e 1725 marca o nascimento oficial deste
movimento em Paris. Ele centraliza-se em torno do rito, um ritual que alega
remontar às catedrais o que se sabe ser mitológico e falso (nenhuma prova foi
apresentada pela maçonaria; na verdade, este gosto pelo prestígio através da
filiação é uma imitação da nobreza da espada para simular o prestígio).
A loja é o lugar onde se pratica o ritual,
referindo-se às lojas dos maçons que construíram as catedrais e tinham um lugar
para se refazer após um dia no canteiro de obras. A loja não tem qualquer
janela por onde entrar a luz e é decorada com quinquilharias esotéricas,
cosmológicas, e a entrada para os não iniciados é feita através de
apadrinhamento e iniciação, por juramentos envolvendo até a vida deste último;
por um segredo que ele não conhece, segredo este que se revela somente nos
últimos níveis da hierarquia. A hierarquia divide-se em três graus:
aprendiz, companheiro e mestre, então as altas oficinas onde existem até
33 graus sem que qualquer maçom saiba o que está acontecendo no grau superior
(como na Cientologia ou na seita do Forum Landmark). Se um maçom reluta em
executar as ordens vindas de cima, ele é lembrado que este é o preço a
pagar para ser capaz de tirar vantagem, quando chegar a hora, da solidariedade
dos “irmãos de três pontos”.
A nobreza da época (sob Louis XV e Louis XVI) vê
nela nada mais que um clube “filantrópico” que organizava bailes e
jantares, ou seja, festas refinadas. Esta nobreza está, no entanto muito
ocupada com o poder de um Parlamento cada vez mais sediciosos com o rei, um
Parlamento sujeitos às ideias dos enciclopedistas dominantes nesta época
que instalarão as condições propícias para o levante popular ao final do
reinado dos Bourbons (reformas de Turgot, aumento do preço do pão, crescente
liberalismo “Voltairiano”). Mas, o que e estranho é constatar que nos
movimentos da Revolução francesa, absolutamente todos os atores são maçons (Maurice
Talmeyr organizou a lista) e embora a França não queira alterar nem o regime
nem a religião – o que não está em qualquer um dos cadernos de reivindicações
daquela época – ela vai acabar com um rei decapitado e igrejas saqueadas.
Lojas de
agitadores – irmãos intrusos, irmãos escrutinadores – são estabelecidas para
acelerar o movimento revolucionário (cujo slogan era “liberdade, igualdade ou a
morte!”, a “fraternidade” virá mais tarde, espera-se) que apareceriam somente
em 1787: estivadores, carregadores de bagagem, gatunos, madeireiros,
arruaceiros, ladrões de rua ou de rodovias, assassinos e criminosos de
profissão entram nelas e tornam-se os desordeiros ativos que querem derrubar o
Rei.
Um grande
número de soldados é recrutado (sempre com a promessa de carreirismo que tal
clube implica) e tal peça bem repetida e contrária às reais intenções do povo
da França produz, assim, a aparição do Clube dos Jacobinos, do clube da
propaganda, os incêndios dos castelos, o pânico da província, as jornadas de
outubro, o 20 de junho, o 10 de agosto, os massacres de setembro, a prisão do
rei, sua condenação e sua morte.
Por trás, a
Maçonaria (ou no grau 33) o Iluminismo de Adam Weishaupt: algumas cerimônias
onde se versa o macabro (cada loja tem seu esqueleto) chegando a repetir
a vingança dos Templários em relação a Philippe le Bel. Os regicídios de
Louis XVI e do rei da Suécia seriam repetidos a partir de 1785 e o Presidente
do Parlamento (o Sr. prefeito de Bouligney) e o Inspetor dos correios (Sr. de
Reymond) bem como o Sr. Leroy, Conde de Virieu, testemunham, todos, que
eles teriam ficado chocados e nauseados com estes apelos ao assassinato
no seio dessas lojas de altos graus.
Uma imprensa
pressionando a opinião pública à insurreição e ao motim permanente (o Amigo
do Povo) nas mãos dos Jacobinos e Lafayette, um outro iniciado, à frente da
Guarda Nacional para “enquadrá-la”, sempre ao serviço dos mesmos. Aqueles que
tentam a sedição serão esmagados, e ele moldarão a opinião através da
instrumentalização do patriotismo de modo a fazer passar qualquer
contrarrevolução como sendo um ataque ao partido a partir do exterior (causando
assim uma série de geras civis indesejáveis). Partidos do exterior? Para um
Rotary originário do outro lado do canal e referindo-se ao Templo de Salomão,
foi um pouco inflado.
O mais
conhecido desses episódios maçônicos previstos nas lojas permanece a chamada
“tomada” da Bastilha, evento sem qualquer glória segundo todos os historiadores
sérios, mas, acima de tudo, uma operação imobiliária envolvendo Pierre François
Palloy, preparada na noite de 13 para 14 do assalto no dia seguinte. Uma hora
após a apreensão dos canhões para De Launey e depois de ter jogado de cabeça
nos Invalides, 400 homens mostram suas silhuetas no distrito armados de uma picareta
e pagos a 26 “sous” (cerca de 4 euros). Foram encontrados papéis do
empreendimento com uma nota rabiscada pelo próprio Palloy, salientando: ” Era
preciso equipar 700 homens, faltaram-me pás e picaretas.” As pedras
da Bastilha foram utilizadas na construção da ponte de la Concorde e para
o merchandising revolucionário (pedras esculpidas em forma de
mini Bastilhas). A coroação de tudo isso é feita por um símbolo maçônico na
praça da Bastilha, onde um pequeno “gênio” ou “Portador da luz” no alto
do que e agora o monumento no centro da Praça, permanentemente marcando para a
história a influência maçônica neste símbolo revolucionário.
Sob a
Terceira República, a Maçonaria se torna ainda mais poderosa (o Império e as
monarquias constitucionais, pela sua centralização de um executivo forte freiam
estes esses organismos intermediários que se intrometem em todos os órgãos do
poder) e impõe o secularismo. A partir de 1900, a república radical maçônica
sobre a concorrência do socialismo marxista-leninista, que via nela uma classe
pequena burguesia de humanismo obsoleto, ao contrário da visão de mundo
marxista científica (socialismo utópico de Léon Bourgeois, ridicularizado
no manifesto do partido comunista). Era particularmente proibido
para qualquer pessoa do partido entrar para uma loja até o início
dos anos de Mitterrand. A segunda guerra mundial tendo criado um parêntese onde
o poder francês, sob a tutela alemã, livra-se de sua influência até 1944.
A GLNF
[Grande Loja Nacional da França] sobrevive ao longo na década de 1960, mas se
beneficia de um golpe de sorte significativo logo que a OTAN instala sua sede
em Paris em 1952: a partir daí, as demandas pela obediência crescem e o
sucesso é tal que Frédéric Zeller, Grão Mestre do Grande Oriente de França dirá
que ela nunca foi tão poderosa. Megalomania? Arrogância? Em todo
caso, cada vez mais as carreiras nas administrações, prefeituras, conselhos
regionais ou gerais, empresas públicas não se fazem somente com base em
qualificações objetivas, mas com base na obediência a essas redes (Na Place
Beauvau, um comissário em cada dois é maçom). Desde o fim do bloco comunista e
a redução do comunismo a uma questão sem importância, a Maçonaria reencontrou
uma nova juventude: o solidarismo retornou ao século XX promovido por Vincent
Peillon dentro de seu partido, por exemplo.
A maçonaria
contrária à democracia?
Sabia-se que
a Maçonaria detesta a França Católica e monárquica da qual ela foi a
subversão – sua história o prova por atos – e prefere particularmente a abstração
de uma República universal em todos os estatutos oficiais das lojas. Uma
República universal questionável, na medida em que as nações são uniformemente
globalizadas, perdendo assim sua diversidade na singularidade deste tipo de
regime. No entanto, no seio do Estado francês, promove-se uma doutrina que
justifica que um punhado de iniciados lidere a sociedade. Isso não quer dizer
que ela seja democrática: onde está a separação de poderes quando se pratica o
“entrismo” no aparelho do Estado, no Parlamento, no governo, nos
sindicatos ou associações? Onde está a defesa da França, de seu povo e de seus
interesses quando se prepara um governo mundial em que os Estados maçônicos
terão preparado as condições?
Os Maçons
também atacaram uma instituição puramente democrática: o referendo. Em
1934, os referendos desejados após as manifestações foram transformados
na opinião pública pelo partido radical-socialista em “Plebiscito Napoleônico”.
De Gaulle teria contido essas controvérsias e tentaria implementar o referendo,
incluindo seus custos. O uso de referendos tem mostrado que o francês tinha
cura dos “avançados” (aquele da UE, por exemplo, com um toque muito ‘República
universal’).
As lojas
entendiam de sua parte que não se deve esclarecer o povo por meio de um debate
público explícito e precedente às decisões, mas conduzi-los à luz com os olhos
vendados! Apesar da defesa da democracia representativa nos debates, os maçons
preferem uma ordem de iniciados conhecedores, somente eles, do segredo revelado
e ocultando suas reais intenções com respeito aos leigos, ou seja, o povo
francês. O segredo maçônico é o anel de Giges, que permite que a ordem através
da ocultação do que é ou não, ficar invisível e, portanto inatingível e então
usar este privilégio singular. Em 1789, os privilégios eram “abolidos”, vocês
dizem?
Antropologia
e pequena fábrica da opinião maçônica
Um Rotary de
carreiristas, gnomos cheios de intrigas e obcecados com uma guerra de truques,
notáveis vaidosos com falta de reconhecimento, acostumados às negociatas
obscuras; idiotas por muito tempo brincando de escola, privilégios,
organismos intermediários, conflitos de interesse, corporativismo, usurpação de
poderes, cooptação de pessoas que movem as alavancas (magistrados, juízes,
advogados, inspetores de Finanças) nos altos graus maçônicos, os exemplos
abundantes desses ‘homens sem qualidades’ no estilo Robert Musil, que não
querem se diferenciar na existência a não ser trapaceando com o real. Mas na
era da transparência, o que dizer do segredo maçônico? Isso
pertence na vida privada, eles nos respondem…
Mas, entre
aqueles que admitem ser maçons, é nas posições chaves do governo Ayrault que
nós os encontramos: Anne-Marie Escoffier na Descentralização; Marc Mancel e
Vincent Peillon na Educação; Christophe Chantepy em Matignon; Jean-Yves le
Drian e Cédric Lewandowski na Defesa; Aquillino Morelle no Elysee; Manuel
Valls, Renaud Vedel, Alain Bauer e Yves Colmou no Interior; André Vidalies nas
relações com o Parlamento; Victorin Lurel no Ultramar; Alain Simon e Jérôme
Cahuzac na Economia; François Rebsamen, Jean Pierre Sueur, Claude
Domeizel, Gérard Collomb, Michèle André e Robert Navarro no Senado; Henri
Emmanuelli, Christian Bataille, Pascale Crozon, Pascal Terrasse, Olivier
Dussopt, Brigitte Bourguignon, Odile Saugues, Patrick Mennucci e Paul Giacobbi
na Assembleia Nacional… É claro que um novo clero hoje substitui o antigo. Mas
quem diz clérigo, diz “Boa palavra”: vejamos como ela “evolui na cabeça das
pessoas”.
Em uma
democracia de mercado, o mercado compra a opinião e a opinião faz a eleição;
observemos assim com detalhes o trajeto da opinião maçônica na equação
mercado/política/mídia, conluio que Balzac, Maupassant, Zola e Alexandre Dumas
já denunciavam, sem considerar conspiracionista, e cujo elemento maçônico
faltava na análise de Paul Nizan em seu Cães de Guarda :
faz-se descer a instrução rede abaixo (por exemplo sobre o “aborto” ou o
“casamento para todos”), em seguida, alguns dias depois, aparecerá um artigo no
Jornal Midi Libre sugerindo a medida (ou qualquer outro jornal
contendo “livre” em seu título ou subtítulo).
Em seguida,
haverá uma estação local da FR3 passando a mesma mensagem; em seguida, um
artigo em um grande jornal nacional de Paris uma ou a capa de um grande
semanário. Em breve aparecera uma pesquisa mostrando que, precisamente, nesta
matéria, e contrariamente ao que sempre se pensou até agora, a opinião
“evolui”. Algum tempo depois da publicação, um ou mais livros cujo eco será
amplificado por críticas favoráveis nos jornais e pelo fato de que estes
jornais estarão no topo da pilha nas livrarias.
Associações
surgidas do nada se expressarão, por sua vez, sobre o assunto, e como se fosse
por acaso, seus comunicados serão amplamente retransmitidos nos meios de
comunicação. Haverá, conforme o caso, algumas manifestações de rua ou algumas
outras ações espetaculares capturadas por câmeras de televisão, oportunamente
presentes. Enquanto isso, serão feitas declarações ou “pequenas frases” de
políticos ou parlamentares da oposição ou da maioria. O governo terá
encomendado um relatório e será proposto um projeto de lei no Senado ou na
Assembleia.
O resultado
de tudo isso é que os observadores da vida pública verão que a sociedade “se
move”; que não se deve ir contra ele e dir-se-á que a lei responde a uma
expectativa real do corpo social. Os sociólogos do estado diagnosticarão a
existência de uma demanda social. Oradores com rara eloquência defenderão esta
lei, que será votada pelas duas câmaras, por estreita maioria, talvez, segundo
a lógica do “mercado político” bem analisado pelos teóricos americanos da
” escolha pública “. A lei passará a ser a do país e aquela
que os juízes vão concordar em aplicar “em nome do povo francês”, embora ela
tenha sido desejado inicialmente por não mais que 15 pessoas; e aqueles que a
votaram se felicitarão por ter feito “evoluir as mentalidades” orgulhando-se
uma vez mais.
Se um
político decide opor-se, ele receberá em primeiro lugar uma advertência do
líder do seu partido e, em seguida, se ele persistir, um artigo emergirá para
revelar suas ligações com um ditador estrangeiro, um de financiamento de
campanha oculto, uma residência secundária suspeita. Mesmo se ele ganhar
seu processo por difamação, o dano já terá sido feito e a carreira do
adversário às ideias maçônicas interrompida (não renovação de um mandato,
não recrutamento em um governo…), ele ganhará um rótulo de “mau republicano”.
Aqui está o
poder de censura dos poderes seculares da Maçonaria, que trazem esta seita
próxima a certo clericalismo ao qual se pensava que eles se opunham! Em
qualquer caso, que maneira desonesta de se impor os seus pontos de vista sobre
a sociedade de maneira tão insidiosa e com total falta de lealdade. Mudanças
nas atitudes, vocês dizem, este retorno ao clericalismo?
O Progressismo
contra o progresso
Toda
exposição científica mostra seus resultados publicamente e se pode, graças à
razão que é universal, verificar se a exposição é verdadeira ou falsa.
Nenhum
pequeno grupo alegando possuir as qualidades de discernimento deve interferir
em qualquer exposição. No entanto, esta abordagem anticientífica é a dos
maçons, que decidiram que isso é bom para nós, de acordo com um viés decidido
sem qualquer poder contrastante. Encerrando-se no Esoterismo, os maçons,
portanto, proíbem o uso científicos da razão e eles estão condenados a
repetir dogmas e preconceitos.
O progresso
social, do qual os maçons se veem como partidários não tem qualquer valor
científico, precisamente porque para a ciência, os estágios da evolução não
podem ser conhecidos com antecedência! Ao falar sobre avanços, os maçons traem
assim o fato de que eles têm uma ideia a priori das linhas a serem seguidas
pelo progresso social. Ou seja, no final, a situação é a seguinte: os maçons
mantêm na memória a era do “Iluminismo”, a ideia de que o progresso só pode ser
gradual, o que é correto. Mas eles têm a pretensão de saber antecipadamente as
fases da evolução, que é incorreto. O que dá ao “progressismo” uma falsa
ideologia por ser contrário à ciência.
Uma mente
científica sabe que não é onisciente e em racionalidade saudável sabe que
avançamos por ensaio e erro (maiores descobertas também são todas acidentais!),
sobretudo em matéria de inovação social. É assim que avança a ciência: ela faz
suposições; avança; testa-as; as conserva se elas se revelam fecundas, mas as
abandona se elas levam a nada. É essa mesma prudência que permite realizar
verdadeiros progressos. Aquela não é a abordagem do progressismo em que o
caráter utópico, irracional e não-científico se caracteriza justamente pelo
fato de que ele não quer jamais voltar atrás quando se vangloria de ter
concluído um “avanço”, como expressa Michéa em o Complexo de Orfeu:
”A ideia progressista (…) segundo a qual a
“moralidade do futuro” não teria nada em comum com aquela do passado (…) não
é apenas mortal. Ela se baseia em uma profunda incompreensão dos dados da
antropologia".
O
progressismo é obscurantista? Em algum lugar, a filosofia e a visão da vida que
os maçons nos oferecem generosamente é tingida de mórbido: manter vivos os
assassinos (Desculpem-me, abolir a pena de morte), matar os bebês
(Desculpem-me, incentivar o aborto), matar os velhos (Desculpem-me, incentivar
a eutanásia), valorizar o casamento estéril (Desculpem-me, o “casamento para
todos”), impor a teoria do gênero (demolida pelo ciência neurobiológica e
os estudos do Dr. Simon Baron-Cohen, sobre os recém-nascidos) pode-se
questionar esta curiosa visão do ser vivo.
Espiritualmente,
os códigos maçônicos referem-se a um “grande arquiteto”, mas retiram sua revelação
das menores e mais vagas passagens na Bíblia (o “filho da viúva” Hiram,
que se torna uma espécie de profeta, é apenas um cara que participou da
construção do Templo de Salomão). Um homem “sem qualidades” e que nada tem de
universal que trabalhando em construção, vai se ver “morrendo para renascer”
segundo um rito; finalmente pretendendo ser elitistas e exclusivos, assim como
um certo “povo escolhido”: há aqueles que são e aqueles que não são. A
aristocracia, em comparação, era articulada sobre o heroísmo cavalheiresco para
subir na hierarquia.
A Maçonaria
se opõe também ao catolicismo que promete a vida após a morte. Ao negar esta
esperança, a Maçonaria considera que somos apenas tubos digestivos sobre patas,
vivendo em uma bola de gás que gira em torno de uma massa nuclear. Uma
vida em que o sentido se torna absurdo. Ela adota uma visão materialista da
vida (por isso utilitarista do homem, malthusiana, niilista…) tornando todos
compatíveis com o mercado, os ‘irmãos três pontos’ se tornam ‘ irmãos prostitutas”
do Mercado Internacional. Eles se opõem à sociedade do sagrado favorecendo
sempre a sociedade de consumo…
Pode-se
perguntar se uma ordem que queria o novo homem para sua felicidade não é
responsável por uma sociedade anestesiada, maior consumidora de
antidepressivos, tendo destruído sistematicamente tudo o que é sagrado. Este
gosto pelos “direitos humanos” substituiu a antiga religião e endeusou o homem
no lugar de Deus, conforme lembra René Guénon: ”É o inferior que se
julga superior; a ignorância que impõe limites à sabedoria; o erro que
prevalece sobre a verdade; os seres humanos que substituem o divino; o
indivíduo que se faz a medida de todas as coisas e pretende ditar ao universo
leis tiradas totalmente de sua razão relativa e falível.” ”
Vê-se aqui qual pretensão a Maçonaria reivindica!
Mas, olhemos
também a herança dos valores legados: o famoso slogan “liberdade, igualdade e
fraternidade” que adorna nossas prefeituras desde quase 170 anos. Em primeiro
lugar, estuda-se em filosofia, que não existe liberdade, mas liberdades.
A liberdade total (sem uma estrutura para se apoiar, se construir ou se
rebelar) se torna angustiante e depressiva. A liberdade total restabelece a lei
da selva (assim, longe de ser um “progresso” ela se faz cama de nossos
instintos) onde a lei do mais forte impera, o que foi bem entendido pelos
liberais na economia. A liberdade opõe-se à igualdade (demais de uma prejudica
a outra) e o igualitarismo dogmático leva a uniformidade, ou seja, pior, ao
totalitarismo (o exemplo soviético). E a fraternidade não é nem mesmo da mesma
família, conforme lembra Alexandre Soljenitsin, que tinha todo o tempo nos
gulags para verificar o igualitarismo forçado.
Como a
Maçonaria é a vitrine ideológica da burguesia liberal, lembremo-nos entre
outras coisas do que pensava Marx de sua gloriosa contribuição histórica:
« Em toda parte onde a burguesia passou a dominar, ela destruiu todas
as condições de patriarcais idílicas e feudais.» Implacável, ela rasgou o
vínculos multicoloridos do feudalismo que uniam o homem ao seu superior natural
para não deixar subsistir um único vínculo entre o homem e o homem de interesse
nu, o pagamento em dinheiro inexorável. Calafrios sagrado e fervores piedosos,
entusiasmo cavalheiresco, melancolia boçal, ela a afogou na água gelada do
cálculo egoísta.” ”A Maçonaria disfarçando toda essa monocromia
cinzenta de uma fabulosa “evolução das mentalidades” que se torna nossa nova
religião, tal qual um totem em um supermercado.
Em
maçonaria, lembre-se de que sobre qualquer ideia de progresso social, você se
arrisca a se enganar continuando em um caminho de fundamentos errados,
antropologicamente ao lado da placa e de espiritualidade reduzida até os
interesses bem sentidos do cálculo pretensioso, realmente não livre por ser
desinteressado, conforme ensinam as religiões reveladas. Por outro lado, você
estaria certo de garantir sua carreira e evitar pagar determinadas infrações
(bela epopeia), alguns se batendo por ideias, valores que estão acima de si
mesmo e de sua vida, e outros vendo apenas seu interesse particular, a
maçonaria será, portanto, totalmente feita para eles. Deixemos a palavra final
a Charles Maurras, que resumiu isso muito bem: ” Se a Maçonaria fosse
em outro tempo um espírito (também absurdo), um pensamento (também errado), uma
propaganda (também funesta) de um corpo de ideias desinteressadas, agora não
seria mais animada ou apoiada pela comunidade de ambições gregárias e apetites
individuais."
Um segredo
oculto por trás do segredo?
O jogo duplo
dos meios de comunicação é bastante revelador do mal-estar que tem a corporação
jornalística para criticar ou até mesmo falar muito livremente: a imprensa
multiplica as manchetes destrutivas, mas raramente para a
denunciar, muitas vezes em um dia divertida, cúmplice e falsamente preocupada.
Uma associação criada por Guy Lengagne e chamada “fraternal parlamentar” coloca
em conivência os políticos (deputados, senadores e membros do governo) de
diferentes obediências maçônicas mas principalmente de diferentes partidos!
Nenhum jornalista parece se incomodar, permanecendo na clivagem confortável
“direita/esquerda”, enquanto os fatos contradizem… Também é incrível que nenhum
jornalista jamais faça a tradução latina do símbolo mais conhecido, ou seja o
“portador da luz”, que significa literalmente “Lúcifer”. Há com que se
preocupar que alguém se refira a essa entidade espiritual, e no entanto os
meios de comunicação adulam a Maçonaria como uma pessoa se diverte com uma
garota de vida fácil uma noite para melhor esquecê-la em seguida.
Também é
preocupante que a Maçonaria seja um lobby sobre o qual se tem o direito
de falar nos meios de comunicação – com moderação – mas isso não é o único
lobby na França: bretão, gay, psicólogo, certas vinícolas, mas entre aqueles
que defendem as minorias, o lobby judeu nunca é mencionado em qualquer revista,
embora possamos observar as manifestações, (jantar do Crif, por exemplo).
Infelizmente, falar publicamente significa na opinião pública lembrar “as horas
mais sombrias de nossa história.” Longe de nós a ideia de ofender pessoas sem
dúvida poderosas, em importantes posições, com relação às suas ideais no
Oriente Médio ou nas finanças; assim, é com uma coragem reivindicada e em nome
do espírito crítico, da liberdade de expressão sobre as relações de poder e
privilégios neste país, que o assunto não será mencionado nestas linhas.
Qualquer
maçom sabe, no entanto, que para acessar o B’nai B’rith (uma maçonaria
especial, de alto grau e reunindo somente judeus em todo o mundo) é preciso ser
judeu, então ser cooptado pelo sangue e posição social (ironicamente há poucas
pessoas do setor de construção na Maçonaria!), traduzindo um racismo de antigoim,
que se soma à exclusividade e questiona o imenso avanço de mentalidades
de que a maçonaria se orgulha, fazendo retornar seus adeptos aos valores do
Antigo Testamento (mais hipocrisia sobre progresso e secularismo).
Mas, a
Maçonaria também pode esconder outras coisas, como o escândalo da Loja P2 na
Itália (ver o filme Il Divo), envolvida em um certo terrorismo de
estado, as negociatas obscuras de Didier Shuller e seus cúmplices sobre os HLM
de Hauts-de-Seine. O caso do Carlton onde DSK e seus amigos maçons de Lille
mantinham uma rede de festas refinadas com prostitutas exploradas. Bem pior e
tendo problemas para cruzar a fronteira em nossos meios de comunicação, apesar
da proximidade geográfica, o caso Waterhouse mostra recentemente: maçons, todos
envolvidos em uma extensa rede de pedofilia em torno deste orfanato (assim como
no caso da ilha de Jersey) e que revela o que Jean-Pierre Mocky encenou em seu
filme Les Ballets Éscarlates: o usa de organizações públicas
em casos de pedofilia por e para notáveis. Da criptoseita à criptomáfia:
pode-se saber quantos graus as separam?
Antidemocrática
(por ser iniciática e exclusivista), de filosofia presunçosa porque certa
de si mesma, manchada com espírito da trapaça, anticientífica em seu método, de
história não realmente gloriosa; dotada de uma quinquilharia esotérica maluca;
camuflando negócios vergonhosos, com a ajuda de uma imprensa muitas vezes
cúmplice, a Maçonaria agora pode fazer uma verdadeira auditoria de sua ação,
que balanço não tem grande coisa de valioso. Poder-se-ia reconhecer a
elaboração do código nacional de ética para os oficiais de polícia (escritos
sob Joxe em 1986), que é uma das raras evidências de que os maçons podem
exercer uma influência positiva na sociedade, mas conceber que um possa ser
exercido no lugar do povo e de forma criptosectária seria talvez muito
evidente em uma França que procura uma nova Weltanschauungs aliada
ao progresso técnico, mas tendo em conta os desafios do século XXI, ela hoje
parece tão útil quanto um cinzeiro em uma moto. É, entretanto, o lugar
onde devem comparecer todos os candidatos à República francesa, se eles
quiserem o selo para se apresentar e construir lentamente, passo a passo, a
república universal, ou seja um governo mundial que beneficiará apenas uma
elite, de que se fala um pouco nos meios de comunicação – de acordo com o
método desenvolvido anteriormente-, a fim de preparar a opinião pública.
Antes deste
novo "fim da história", onde talvez seremos as
testemunhas contemporâneas de um retorno a uma monarquia supranacional, vem uma
pergunta hegeliana e de eterno retorno do concreto: alguém tem uma pedra para
afiar nossas guilhotinas?
Fraterno Abraço
RuyR@mires.'.
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