A Maçonaria no Mundo Islâmico
Por Ir.’. Celil
Layiktez P. Asst. G. M.
Loja Zeytin Dali nº 146 da
Grande Loja da Turquia –
Editor de TESVÝYE (O Nível)
– Revista Maçônica da Grande Loja da Turquia
Tradução:
José Antonio de Souza Filardo, M.’. I.’.
Há
uma reação geral à Maçonaria no mundo islâmico. Depois que Clemente XII
excomungou a Maçonaria em 1738, sob a pressão de seus súditos cristãos e com a
aprovação dos “ulemas” (teólogos islâmicos) que estavam pensando que “Se o Papa
declara que os maçons são ateus, deve haver alguma verdade em suas palavras”, e
o Sultão Mahmut I proibiu a Maçonaria. Desde essa data “Maçom” tornou-se sinônimo
de “ateu” no Império Otomano.
Após
a declaração da segunda monarquia constitucional no Império (1908), a reação
islâmica organizou uma revolta em Istambul. Esta revolta foi conduzida pelo
“Exército de Ação” e o Sultão Abdulhamid II foi destronado. O Exército de Ação
tinha sido organizado e comandado por maçons. A comissão de cinco deputados que
veio anunciar a Abdulhamit que ele tinha sido destronado eram maçons, todos os
cinco. Esses fatos reforçaram o a reação existentes à Maçonaria pela comunidade
islâmica radical. O Sultão era também o Califa de todo o Islã e o guardião dos
lugares sagrados em Meca e Medina. Tudo o que acontecia no Império Otomano
influenciava o mundo árabe e islâmico em geral.
Nos
anos que precederam a Segunda Guerra Mundial e também durante a Guerra, a
propaganda nazista de uma conspiração judaico-maçônica para governar o mundo;
as ações de Sheriff Hussein em Jerusalém e, finalmente, a criação do Estado de
Israel reforçaram este sentimento antimaçônico, desta vez com um toque de
antissemitismo com ele. Os árabes encaram a Maçonaria como uma força contra o
Islã, e que até mesmo zomba do Islã, e que foi a causa do sucesso do
imperialismo europeu na Arábia. A postura ateia e anticlerical do Grande
Oriente de França está reforçando esta corrente.
A
Maçonaria é proibida, em geral, nos países árabes. Houve um florescimento da
Maçonaria na Argélia, antes de sua independência. A Maçonaria é proibida em
todos os países árabes, exceto o Líbano e Marrocos. As lojas trabalhando nas
bases americanas nesses países são uma exceção.
MARROCOS
A
Grande Loja de Marrocos foi consagrada pela GLNF em 1999. O Venerável Irmão
Claude Charboniaud, Grão-Mestre da GLNF, desejando realizar esta cerimônia com
a participação do Grão-Mestre da Grande Loja existentes em um país islâmico,
graciosamente convidou o Grão-Mestre da Grande Loja da Turquia, Irmão Sahir
Akev Talat, para uma cerimônia de consagração conjunta. Nosso Grande Mestre não
pode comparecer devido à sua saúde precária, e ele passou para o Oriente Eterno,
em 14 junho de 2000, no dia da consagração da Grande Loja de Marrocos. A Grande
Loja da Turquia fora representada por outro Grande Oficial.
Anteriormente,
em 23 de março de 1973, o Supremo Tribunal de Casablanca, após um longo
processo judicial, deu o veredicto de que a Maçonaria era compatível com o
Islã. Este veredicto foi publicado na Tesviye No. 51 [1], tanto em turco quanto
em sua tradução oficial francesa.
EGITO
A
Maçonaria Egípcia tinha estado de mãos dadas com a Maçonaria Otomana. Quando a
Grande Loja da Turquia, depois de ser reconhecida e, mais tarde, reconsagrada
pela Grande Loja da Escócia, para obter o seu reconhecimento pela GLUI e a GL
da Irlanda, demonstrou que sua origem era regular mostrando que a Loja Resne,
uma de suas lojas fundadoras teve sua Carta Constitutiva da Grande Loja do
Egito, a obediência regular na época.
A
Grande Loja do Egito teve períodos regulares e irregulares em sua história.
Halim Pasha, filho de Mehmet Ali Pasha de Kavala, que foi o primeiro Khedive
(vice-rei) do Egito, fundou o Rito Escocês na Turquia em 1861 e no Egito em
1866, e foi os supremo Grande Comandante em ambos os países. Como a Grande Loja
do Egito começou a aceitar alguns ritos irregulares, como o Rito de Memphis –
Misraïm, a GLUI a declarou irregular e fundou sua própria Grande Loja
Distrital, em 1867, com Halim Pasha como seu primeiro Mestre. O sobrinho de
Halim Pasha, o Khedive Ismail que abriu o Canal de Suez era provavelmente um
maçom, mas não há registro escrito para provar isso. Por outro lado, seu filho
foi iniciado, sem sombra de dúvida.
Em
1952, após o Rei Farouk ter sido destronado, a Maçonaria entrou em desgraça e
foi fechada após a crise de Suez de 1956, por Gamal Abdel Nasser.
Hoje,
apesar de que a esposa rotariana de Husni Mubarak, o presidente do Egito,
organiza as relações exteriores do Rotary egípcio, esta organização é
considerada pela comunidade islâmica radical como uma maçonaria camuflada.
Mustafa
El-Amin, em seu livro “A Maçonaria, Egito Antigo e o Destino Islâmico”, compara
o simbolismo dos mistérios do Antigo Egito e escrituras islâmicas aos da
Maçonaria. De acordo com El-Amin, embora os ritos maçônicos e símbolos sejam
derivados do Egito, eles chegaram até nós através dos judeus. Assim, os judeus
foram operacionais na ridicularização da sabedoria do Egito em lojas maçônicas.
O escritor diz que os Shriners, com suas crescentes e fezes estão zombando da
religião islâmica. O “problema” de “A Maçonaria zombando da fé muçulmana”
também é tratado pelo Dr. Paul Rich [2]; ele afirma que: “A proibição da
Maçonaria nos países muçulmanos do Oriente Médio é insignificante, porque há
aspectos da Maçonaria que pessoas religiosas sentem que estão à beira de zombar
de sua fé. Um exemplo de ritual maçônico que ofende alguns, e que mostra o abismo
entre os crentes e os maçons, é a semelhança entre o assassinato e a exumação
do candidato no terceiro grau ou grau de Mestre Maçom e narrativas religiosas
da ressurreição. Quase nada pode ser dito para corrigir a sua interpretação
comum do terceiro grau, de que o maçom é salvo pela Maçonaria e não pela
religião “.
A
Universidade El-Azhar no Cairo, e o Colégio Islâmico Jurisdicional [3]
possivelmente o corpo mais influentes na promulgação e interpretação da lei
islâmica é o Colégio Islâmico Jurisdicional (IJC por sua sigla em inglês) [4].
Em sua reunião de 15 de julho de 1978, ele emitiu um parecer sobre “A
Organização dos Maçons”.
O
IJC declarou: “Depois de uma pesquisa completa sobre essa organização, com base
em relatos escritos de muitas fontes, determinamos que”:
- A Maçonaria é uma organização clandestina, que esconde ou revela seu sistema, dependendo das circunstâncias. Seus princípios reais são escondidas dos membros, exceto para membros escolhidos de seus graus mais elevados.
- Os membros da organização, em nível mundial, são escolhidos entre homens sem preferência por sua fé, religião ou seita.
- A organização atrai membros com base na prestação de benefícios pessoais. Ela vincula os homens a ser politicamente ativo, e os seus objetivos são injustos.
- Novos membros participam de cerimônias de diferentes nomes e símbolos, e são ameaçados no caso de desobedecer a seus regulamentos e ordens.
- Os membros são livres para praticar sua religião, mas apenas membros que são ateus são promovidos aos seus graus superiores, com baseado em quanto eles estão dispostos para servir seus princípios e planos perigosos.
- Ela é uma organização política. Ela tem servido a todas as revoluções, transformações políticas e militares. Em todas as mudanças perigosas uma relação com esta organização aparece exposta ou velada.
- Ela é uma organização judaica em suas raízes. Seu conselho administrativo internacional secreto mais alto é composto de Judeus e promove atividades sionistas.
- Seus objetivos principais são o desvio de todas as religiões e ela desvia os muçulmanos do islamismo.
- Ela tenta recrutar pessoas influentes financeiras, política, sociais ou científicas para utilizá-las. Ela não considera candidatos que não pode utilizar. Ele recruta reis, primeiros-ministros, altos funcionários do governo e indivíduos semelhantes.
- Ela tem ramificações sob diferentes nomes como camuflagem, para que as pessoas não possam rastrear suas atividades, especialmente se o nome de “Maçonaria” sofre oposição. Estes ramos ocultos são conhecidos como Lions, Rotary e outros. Eles têm maus princípios que contradizem completamente as regras do Islã. Há uma clara relação entre a Maçonaria, o judaísmo e o sionismo internacional. Ela vem controlando as atividades de altos funcionários árabes no problema palestino. Ela limitou suas funções, obrigações e atividades em benefício do judaísmo e do Sionismo Internacional.
Dado
que a Maçonaria se envolve em atividades perigosas e é um grande perigo, com
objetivos perversos, o Sínodo Jurisdicional determina que a Maçonaria seja uma
organização perigosa e destrutiva. “Todo muçulmano, que se filiar a ela,
conhecendo a verdade dos seus objetivos, é um infiel ao Islã”.
NOTAS:
[1] Revista
maçônica Turca
[2] Masonic
Musings, The Victorian Lodge of Research No.218, The Craft in Islamic Countries
[3] Idem
[4] Na Universidade El Azhar – Cairo, (CL)
[5] Este é um resumo editado
Publicado originalmente
em
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