Mitos que envolvem a realização
dos mais altos anseios religiosos estão continuamente presentes em histórias e
lendas. Os elementos que compõem esses mitos normalmente aparecem na forma de
heróis fantásticos, viagens por enigmáticos mundos desconhecidos, longa jornada
de aprendizado, dificuldades, perseguições, enfim, todo um aparato de símbolos
e ideais dispostos de modo grave, cuja proposição visa causar certo impacto e o
necessário trauma em nossa consciência.
Isso parece
ser necessário para que, ao final, possamos realizar os aspectos internos a
tudo aquilo exposto e prometido através das fábulas e das aventuras. Os mitos –
e mesmo aqueles equivocadamente tomados como factuais verdades - pode ser
entendido como possuidores de um propósito único, qual seja, através de um
drama, expor certos mistérios que promoverão uma alteração no estado mental do
observador, dando condições para que se processe algum tipo de crescimento na
humanidade como um todo, aprimorando sua consciência e, assim, galgar uma
possível melhoria deste mundo em que vivemos.
Visto isso,
passemos agora a uma pequena investigação, de cunho parcialmente histórico e
filosófico, sobre uma das aventuras que mais chamam a atenção dos assim
chamados Estudantes dos Mistérios.
A palavra
chave da aventura que agora apresentamos é Rosa+Cruz.
Dita de modo
solto, ou mesmo indiferente, essa palavra simples tem o poder de despertar
abrasadoras paixões e intensos sonhos. Tal é a carga histórica, mística e
filosófica que o termo Rosa+Cruz carrega, que não raro é encontrar aqueles que
nele depositam as tendências de tudo o que hoje em dia se convencionou chamar
de oculto ou “esotérico”.
Porém, qual
a ancestral origem do termo? Seria o insondável continente Atlante? E seu
verdadeiro significado? O que significa ser um Rosa+Cruz? Terão os Rosa+Cruzes
todos os poderes e as faculdades divinas a eles atribuídas?
Certamente,
responder taxativamente a todas essas questões com um entusiasta “Sim!” seria a
pretensão maior de qualquer ensaio com tendência sensacionalista ou, no mínimo,
com queda pelo extravagante. Entretanto, pensamos ser mais útil ao espírito
humano, ao conhecimento e ao bom senso, fazer uma rápida investigação histórica
e tentar nos acercarmos daquilo que de mais concreto existe sobre o mito
rosacruciano. Deste modo poderemos entender tanto sua origem quanto as hipóteses
que serviram de argumento para o advento do movimento Rosa+Cruz.
Acreditamos
que esse será um bom modo de nos aproximarmos da compreensão da fantástica
Aventura Rosa+Cruz, pois não só possibilitará rechaçar os bem conhecidos apelos
e excentricidades que o vocábulo atualmente sugere, como também porque
permitirá não esquecer que, oculta em sua própria expressão, a Rosa+Cruz – isso
é fácil de admitir – ao escapar da própria história que a sustenta, pode ter se
transformado em um misterioso símbolo, cujo real significado, parece mesmo
pertencer a cada um de nós.
ORIGENS:
A primeira
dificuldade que o termo Rosa+Cruz traz está relacionada com o montante de
material para pesquisa. Ele é vastíssimo. Contudo, tanto para o horror do
pesquisador com moderado senso crítico quanto para o delirante deleite das
mentes menos afortunadas, esse material, como enfaticamente afirmado por Yates,
é imprestável em sua grande maioria.
Todavia, se
a primeira dificuldade está justamente na qualidade do material para pesquisa,
seguramente um dos pontos mais polêmicos do estudo dessa matéria, diz respeito
à origem da Rosa+Cruz.
Alguns são
enfáticos na fantástica afirmação de que ela tem suas raízes no antigo Egito por
volta de 1500 a.C., na XVIII Dinastia, na época de Thutmosis III, considerado
um dos maiores faraós de toda a história egípcia. Segundo esses mesmos autores,
algumas décadas depois, Amenofis (ou Amenhotep IV), também conhecido por
Akhenaton, teria sido iniciado nos mistérios da irmandade esotérica organizada
por seu predecessor, Thutmosis III. O então iluminado Akhenaton, inspirado
pelos novos ensinamentos e mistérios, adotaria o regime monoteísta de religião,
com seu culto ao Deus único Aton, dando início a um novo áureo tempo à
civilização egípcia. Certos autores vão ainda além, afirmando ou insinuando que
o próprio faraó Akhenaton teria sido, nada mais nada menos, que o fundador da Rosa+Cruz.
Muito embora
existam os que considerem o faraó Akhenaton um iluminado, a história não é lá
muito cortês com sua pessoa. Alguns historiadores apenas o citam como tendo
sido um militar totalmente fracassado, responsável pela ruína de parte de seu
império; outros o têm como um alienado, cujo delírio monoteísta o levou a viver
“isolado enquanto o reino mais antigo do mundo ruía desgovernado, esquecido e
muitas vezes revoltado”.
Provavelmente
a verdade sobre o desempenho de Akhenaton à frente do império egípcio esteja em
algum ponto entre esses dois polos, mas não caberia aqui essa investigação.
Entretanto, tenham sido ou não grandes nomes para o antigo Egito, não existe
sequer um confiável argumento histórico (seja na história oficial ou não) que
comprove a fundação da Rosa+Cruz por algum faraó, ou mesmo que ponha a origem
dessa fraternidade nas terras banhadas pelo Nilo.
Contudo, não
podemos deixar de dizer que, como indicado por tantos autores, parece existir
um conhecimento perene e ancestral que acompanha o ser humano em sua escalada
evolutiva. Sendo assim, é possível supor que este conhecimento, que foi
preservado através dos tempos, dos templos e das civilizações, estivesse
presente em nosso mais remoto ancestral e quiçá antes dele. Deste modo, não
seria de todo absurdo supor que o sistema de pensamento e a filosofia
rosacruciana fizessem parte de um todo maior, cujas raízes se fundem na antiguidade
da própria tradição oculta ocidental.
Ao que tudo
indica, a própria origem do termo Rosa+Cruz está no nome de um certo Cristian
Rosenkreutz, personagem principal de uma das lendas mais notáveis que a
imaginação do homem concebeu, que teria vivido nos séculos XIV e XV.
A despeito
de qualquer origem fantástica que possamos atribuir à Rosa+Cruz, atualmente
existem duas hipóteses que a pesquisa indica como sendo as mais prováveis.
Ambas têm raiz nos bem conhecidos “Manifestos Rosa+Cruzes” lançados na Europa a
partir da segunda década do Século XVII.
O primeiro
desses três manifestos levava o título (abreviado) de Fama Fraternitatis,
aparecendo impresso por volta de 1614 em uma pequena cidade chamada Cassel, na
Alemanha. O segundo manifesto, conhecido de modo genérico por Confessio,
viria à luz no ano de 1615, simultaneamente em Cassel e Frankfurt. O terceiro e
último manifesto, As Bodas Químicas de Cristian Rosenkreutz, foi levado
a público em 1616, publicada em Estrasburgo.
Vale lembrar
que, quando do aparecimento público desses três manifestos, a sua autoria não
era conhecida. Apenas alguns anos depois – como veremos mais à seguir – é que
apareceria um suposto autor para o terceiro dos manifestos, as Bodas.
Porém do que
tratavam esses três documentos?
O primeiro
deles, Fama, apresenta a vida do fundador da Fraternidade Rosa+Cruz, o
monge Christian ou Cristian Rosenkreutz (por vezes citado como Irmão C.R.),
nascido na Alemanha em 1378, e sua viagem à terra sagrada. Durante a sua
jornada, o Irmão C.R., após a morte de seu companheiro de senda, desvia-se de
seu itinerário original e chega na Arábia, onde o então jovem monge passaria a
receber misteriosas instruções secretas. De posse desse conhecimento,
Rosenkreutz volta à Europa com o intuito de tornar público o seu novo saber.
Após uma série de dificuldades, Rosenkreutz é rejeitado. Voltando para a
Alemanha, ele é ajudado por quatro Irmãos na tradução do misterioso Livro “M”,
cujo conhecimento deveria ser mantido em segredo até que a humanidade estivesse
devidamente preparada para recebê-lo.
Assim, é
criada a “Fraternidade Rosa+Cruz”, com o intuito de manter o conhecimento
daquele grupo de Iniciados.
A
Fraternidade Rosa+Cruz, segundo a concepção de seus primevos criadores, funcionaria
tendo os seguintes seis preceitos e regras básicas, a serem estritamente
observados:
• Estavam
proibidos de exercer qualquer profissão, a exceção daquela que curaria os
enfermos, e isso a título de caridade.
• Não deveriam usar trajes que os distinguissem da população local, como acontecia com o clero e com outras ordens religiosas, mas antes, deveriam passar como se fossem habitantes dos locais onde eles estivessem.
• Todos tinham a obrigação de estarem presentes em um dia previamente marcado, denominado de “Dia C”, na sede do Espírito Santo, onde todos os rosacruzes deveriam se reunir, anualmente. No caso de impossibilidade, explicar por escrito o motivo da ausência.
• Cada Irmão Rosa+Cruz deveria procurar e, no caso de encontrar, informar a existência de pelo menos uma pessoa de valor que pudesse sucedê-lo, quando necessário.
• As Letras CR seriam o selo maior de reconhecimento.
• A Confraria deveria permanecer oculta por pelo menos um século.
• Não deveriam usar trajes que os distinguissem da população local, como acontecia com o clero e com outras ordens religiosas, mas antes, deveriam passar como se fossem habitantes dos locais onde eles estivessem.
• Todos tinham a obrigação de estarem presentes em um dia previamente marcado, denominado de “Dia C”, na sede do Espírito Santo, onde todos os rosacruzes deveriam se reunir, anualmente. No caso de impossibilidade, explicar por escrito o motivo da ausência.
• Cada Irmão Rosa+Cruz deveria procurar e, no caso de encontrar, informar a existência de pelo menos uma pessoa de valor que pudesse sucedê-lo, quando necessário.
• As Letras CR seriam o selo maior de reconhecimento.
• A Confraria deveria permanecer oculta por pelo menos um século.
Todos os
Irmãos Rosacruzes daquela época juraram absoluta fidelidade a esses seis
preceitos.
Em suma,
além da jornada do Irmão C.R. e da organização da Fraternidade Rosa+Cruz, o Fama
expõe a situação do mundo naquela época, apresentando os propósitos da Fraternidade
e, por fim, os objetivos a serem alcançados através do conhecimento obtido e
ensinado primeiramente por Rosenkreutz.
Alguns anos
mais tarde, aparece o segundo dos manifestos rosacruzes, o Confessio,
que ao que tudo indica, parece ter como base o famoso escrito Mona
Hyeroplyphica de John Dee, o notável Astrólogo e Matemático Isabelino (ou
Elizabethano). A Confessio expõe em seus muitos capítulos a estrutura,
as concepções intelectuais da Ordem e os princípios rosacruzes. Necessidades de
reformas religiosas como, por exemplo, procurar ser totalmente independente do
“império” papal, eram um dos pontos importantes desse opúsculo.
O terceiro
documento Rosa+Cruz era o maior entre todos estes até aqui apresentados. As
Bodas Químicas de Cristian Rosenkreutz narrava, de forma alegórica e
fantástica, o suposto casamento alquímico do fundador da Fraternidade, quando
este já contava com oitenta e um anos de idade. Rosenkreutz, teria
ficado durante sete dias inteiramente absorvido por um enlace místico repleto
de visões, jornadas ritualísticas e representações enigmáticas.
Estes três
pequenos livros foram o suficiente para causar um alarde sem igual em toda a
Europa do século XVII e XVIII. A cada aparição de cada um destes documentos, a
fértil imaginação seiscentista e setecentista era tomada de assalto por um
crescente desejo comum de busca pela tão estimada, misteriosa e invisível
fraternidade criada por Cristian Rosenkreutz. Porém, onde a encontrar?
Como
resultado de toda euforia rosacruciana, vários foram aqueles que tentaram
estabelecer contato com esses Iniciados. Como consequência imediata desta
frenética busca, um grande número de obras foram editadas, sempre tendo como
base os manifestos rosacruzes. Nomes como Michael Maier e Robert Fludd apareciam
como admiradores das doutrinas rosacruzes. O próprio Maier, que na época já era
uma figura de destaque em toda a Europa, se transformaria em um dos mais
fervorosos defensores dos Rosacruzes. Durante esse período, uma série de
organizações também teriam a sua vez, sendo criadas nos anos que se seguiram a
publicação dos primeiros manifestos rosacrucianos.
O mito Rosa+Cruz
estava finalmente estabelecido.
A ROSA+CRUZ:
FATO OU FANTASIA?
Após
examinar o entusiástico conteúdo dos manifestos, é natural que muitas questões
despontem na mente do estudante que se aventura na pesquisa do símbolo
rosacruciano. Dessas tantas intrigantes questões, provavelmente, duas assumem o
caráter decisivo no processo de interação dos fatos que os envolveram. Assim,
todos perguntarão: quem, na verdade, é o responsável pela descrição da saga do
Irmão C.R., e quem escreveu os três manifestos? E a Ordem Rosa+Cruz em si,
seria puramente uma alegoria, um mito, uma fantasia, ou seria de fato o fruto
de uma incrível realidade mágica, que poderia estar ao alcance de qualquer um?
Para essas
vitais questões sobre a realidade ou não do advento Rosa+Cruz, nós
provavelmente não teríamos nenhum indício de resposta, caso não fosse
encontrado na autobiografia de Johann Valentin Andreae uma declaração, com ares
de confissão, de que teria sido ele o autor das Bodas, escrita em 1605,
bem antes de sua publicação, quando Andreae contava com apenas dezenove anos de
idade.
Alguns
pesquisadores e especuladores, tendo esse dado como única base concreta em todo
o material de pesquisa, vão mais além, afirmando que o próprio Andreae, não só
era o responsável pelo Bodas, mas também teria escrito tanto a Fama
quanto a Confessio.
Com esse
novo personagem, outra questão desponta: quem foi Johann Valentin Andreae e
qual o seu papel nessa história?
Andreae
nasceu em 1586, no estado luterano de Württemberg. Sua família,
tradicionalmente de origem católica, teria se convertido ao protestantismo,
sendo que o seu avô, Jacob Andreae, fora um dos primeiros expoentes e pioneiro
da reforma luterana, chegando a ser conhecido como “o Lutero de Württemberg”.
Nascido em berço protestante, Andreae, através de seu pai, também logo tomaria
conhecimento do simbolismo alquímico, matéria de enorme interesse para o meio
erudito da época. Após a morte de seus pais, Andreae se estabelece em Tubinga.
Nessa época,
na passagem do século XVI para o século XVII, a Europa, ainda agitada pelas consequências
promovidas pela reforma luterana, vivia em meio a toda ansiedade provocada por
um sem número de pequenos grupos independentes, os mais variados possíveis, que
acalentavam sonhos reformistas a procura da sociedade ideal.
Normalmente,
esses grupos eram formados por idealistas, filósofos e, de modo geral, por
pessoas bem instruídas e inteligentes. Andreae veio a participar de um desses
grupos, que ficou conhecido pelo nome de Círculo de Tubinga.
Este Círculo
teria fundamental importância na formação dos ideais do jovem Andreae, sendo
creditado a este movimento o alicerce dos belos ideais apresentados na forma
dos três manifestos Rosa+Cruzes.
Alguns anos
mais tarde, porém, em sua autobiografia, Andreae renegaria totalmente não só a
versão fatual da saga do místico Cristian Rosenkreutz, como também afirmaria
que tudo aquilo concebido como sendo “Rosa+Cruz” não passava de um grande ‘ludibrium’,
propositadamente elaborado e sem nenhuma fundamentação histórica.
Não se sabe
ao certo se essa “confissão” de Johann Valentin Andreae fora movida por um
repentino senso de honestidade e consciência ou – versão essa preferida pela
maioria dos estudantes – tivesse como sua causa a violenta reação e a forte
pressão que a Igreja Católica exerceu diante da possibilidade Rosa+Cruz e sobre
muitos grupos com tendências reformistas.
Então,
conhecidos os três manifestos, sua suposta origem e autor, como também algumas
razões do aparecimento público de uma alegada organização secreta, como dito
anteriormente, duas tendências principais são estabelecidas:
A primeira
aponta para uma decisiva negação de toda a lenda, a demanda e a própria
existência do ilustre Irmão Cristian Rosenkreutz, artífice místico da
Fraternidade Rosa+Cruz. Para os defensores desse ponto de vista, partindo do
princípio que o próprio autor dos três manifestos que dão sustento a toda a
saga Rosa+Cruz, faz uma pública retratação, afirmando que tudo não passou de um
“trote”, um engodo desnecessário, então tudo aquilo que de um modo ou de outro,
direta ou indiretamente, está relacionado ao tema, tudo, absolutamente tudo, é
falso, não merecendo, inclusive, sequer comentários.
Muitas
vezes, aqueles que adotam a postura acima são enfáticos em afirmar que tudo não
passava de uma “farsa” protestante mal articulada.
De acordo
com estes, até mesmo o nome Rosacruz seria de origem protestante, pois teria
vindo das insígnias de Lutero, afinal, ali era encontrada uma “rosa” e uma
“cruz”. Também é feita uma associação entre o Brasão da família Andreae com o
mote Rosacruz, visto haver ali algumas rosas e também uma cruz…
A segunda
hipótese, sob certo ponto de vista histórico bem menos rígida que a outra,
agrada muito mais a mente especulativa e romântica, pois vem endossar a ideia
de que realmente existiu uma Fraternidade Rosa+Cruz.
Nesse caso,
a Fraternidade Rosa+Cruz consistiria de uma ordem oculta às mentes profanas,
que trabalhava em total segredo, visando a evolução do ser humano e da
sociedade que o nutria. Essa Ordem, cujos Iniciados estariam habilitados a se
reconhecer mutuamente sem despertar a atenção do cidadão comum, era invisível
e, embora praticamente inacessível ao vulgo, teria a capacidade de reconhecê-lo
e o poder de contatá-lo, com o propósito de que essa feliz alma ingressasse em
suas fileiras, caso a mesma estivesse em sublime conformidade com os nobres
ideais divulgados nos manifestos. Uma vez por ano, os Iniciados desse Colégio
Invisível, se encontrariam em um misterioso local, com o objetivo de, através
da troca de experiência, aumentar ainda mais o conhecimento de cada um deles.
Porém, mesmo
conhecendo essas duas hipóteses, opiniões inteiramente contrárias em
conhecimento, metas e sentimento, não seria difícil ventilar, mesmo que também
no campo das hipóteses, ainda uma terceira possibilidade para toda a Aventura Rosa+Cruz.
E esta nova
suposição, apreciada pela alma que anseia o mistério e bem tolerada pelo
espírito crítico, possivelmente trará luz a ambos.
Talvez o
problema não seja crer ou não crer na Aventura Rosa+Cruz, mas entendê-la.
Talvez a solução para o enigma não esteja meramente no cego aceitar de uma
lenda sem fundamentação factual, mas também ele não estará em um frio parecer
histórico condenando toda a alegoria.
Porém,
podemos tentar absorver seu significado mítico.
Assim,
talvez seja de bom grado se pudéssemos entender todo o processo que compreende
a alegoria Rosa+Cruz: a vida de seu suposto criador e mentor, Frater C.R.; sua
longa jornada em busca de um conhecimento superior, com os sábios do Oriente
distante; o retorno a sua terra natal, na tentativa de organizar uma augusta
Fraternidade que brindaria a humanidade com dias mais gloriosos; etc. Tudo
funcionaria como um mito, ou um rito, a ser realizado no íntimo de todo
estudante.
Afinal, é
difícil supor existir alguém que, uma vez tendo a chance de examinar, mesmo que
de relance, a epopeia de heróis fantásticos, não tenha se sentido inclinado a
imaginar-se na pele do herói observado.
E quanto à
aventura Rosa+Cruz, bem, ela parece continuar…
Paz Profunda
RuyR@mires.’.
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