Além
do Labirinto da Catedral de Chartres, outras catedrais medievais também
tinham essa imagem em seu solo. Esses desenhos surgiram
multiplicadamente nesse período, acompanhando todo um movimento cultural
e artístico na Europa.
Conforme Jean Gimpel no livro "Les Bâtisseurs de Cathédrales"
(Os construtores das catedrais) (1980), no espaço de 3 séculos, entre
1050 e 1350, a França extraiu milhões de toneladas de pedras para
edificar 80 catedrais, 500 grandes igrejas e algumas dezenas de milhares
de igrejas paroquiais. A França carregou mais pedras nesses 3 séculos
do que o antigo Egito (ao menos nos cálculos de 1980, ano desse livro;
desde então houve outras descobertas arqueológicas no Egito, mas não
sabemos se há algum novo cálculo similar a esse respeito).
Ainda
conforme Gimpel as fundações das grandes catedrais adentraram 10 metros
de profundidade, ou seja, no nível médio de uma estação de metrô de
Paris; formam uma massa de pedra tão considerável quanto a que se
encontra na superfície.
Relata
esse autor também que na Idade Média havia uma igreja ou capela para
cada 200 habitantes em média. A catedral de Amiens, com 7700 metros
quadrados permitia que toda a população da cidade, ou seja dez mil
habitantes, assistisse uma mesma cerimônia.
Um
edifício que fosse construido até a altura da torre mais alta da
catedral de Chartres deveria ter em torno de trinta andares. Em relação
à catedral de Estrasburgo chegaria a 40 andares.
Ora,
toda essa grandeza faz com que se questione a ideia que ainda muitos
têm da Idade Média como um período dominado apenas por obscuridades,
guerras e outras calamidades. A construção de tais obras, ao mesmo tempo
cheias de grandiosidade e de muitos detalhes, em uma época em que não
se tinha toda a tecnologia de hoje faz-nos pensar no tempo, reflexão,
elaboração e esforço despendidos para toda essa realização.
Fraterno Abraço
RuyR@mires.'.
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