Nenhum Rito da Maçonaria Livre conseguiu ser tão
bem sucedido nos últimos anos como o conjunto de graus conhecidos como o Rito
Críptico. O crescimento atingido tem sido importante de tal forma que
atualmente um em cada dois Maçons do Arco Real é Maçom Críptico. A sua
popularidade é bem merecida porque não existem graus mais belos e
significativos em toda a Maçonaria Livre do que os conferidos num Conselho de
Maçons Crípticos. A Maçonaria Livre é muito filosófica e ensina os seus ideais
através de alegorias ou histórias. Esta filosofia é moralista e religiosa.
Contudo, a Maçonaria Livre não é uma religião, ou um seu substituto. Um
requisito para ser membro da Maçonaria Livre é a crença declarada em Deus e na
vida eterna.
É imperativo que o candidato professe pessoalmente
uma fé num Ser Supremo antes de tornar-se Maçom Livre. A Maçonaria Livre nunca
tenta alterar as crenças de cada um, nem nos oferece uma teologia ou plano de
salvação. Contudo, oferece um plano moral para ser aplicado neste mundo. Deixa
ao Maçom a faculdade de tratar da sua salvação na próxima vida através da sua
própria religião. Uma das razões para a popularidade dos Graus Crípticos é
porque completam a história da alegoria maçônica. A “Palavra” representa na
alegoria maçônica a busca pelo homem de objetivos para a vida e para a natureza
de Deus. Simbolicamente, a Maçonaria Livre ensina, na Loja, como a Palavra se
perdeu e sobre a esperança da sua recuperação. O Arco Real, no Capítulo, ensina
como ela foi redescoberta. A Maçonaria Críptica, no Conselho, completa esta
história ensinando como se preserva a Palavra inicial.
ORIGEM DOS GRAUS
Tal como em muitos dos graus maçônicos, as origens
dos graus crípticos estão cobertas de mistério. Há cerca de 200 anos surgiram
os graus de Mestre Real e Mestre Escolhido (chamados graus da Preservação) como
se surgissem de lado nenhum. Leitores maçons viajantes através do Leste
conferiram-nos a Maçons, enquanto empenhados na instrução dos obreiros da Loja
e dos Companheiros do Capítulo. Até o Supremo Conselho do Rito Escocês incluiu
o grau de Mestre Escolhido como um dos seus graus "separados". Mas
estes belos graus não permaneceram separados por muito tempo. No estado de
Connecticut nasceu o primeiro Grande Conselho em 1819. Na Virginia e na West
Virginia os graus foram desenvolvidos nos Capítulos do Arco Real, onde ainda
permanecem. Nos anos de 1870 um Grande Conselho Geral foi formado para os
Estados Unidos. Hoje este Grande Conselho conta como associados a maioria dos
Grandes Capítulos dos EUA bem como os da parte ocidental do Canadá e outros
Estados fora do Continente americano.
Até a poucos anos atrás, a Maçonaria Críptica não
constituía requisito para ser membro dos Shriners ou duma Comenda de Cavaleiros
Templários. Contudo, nos anos mais recentes um grande número de Grandes
Comendas de Cavaleiros Templários tornaram os graus Crípticos um pré-requisito
para as Ordens do Templo. Tornaram-se, assim, consequentemente um pré requisito
do Rito de York para o Shrine. Parece existir uma tendência crescente para que
esta política seja adotada por um número crescente de Comendas nos próximos
anos.
A ABÓBADA E OS MISTÉRIOS
Todos os estudiosos da Bíblia e os arqueólogos
conhecem as abóbadas ou crípticas sob o Templo do Rei Salomão. Duvidamos que os
Graus Maçônicos tenham sido conferidos naquelas abóbadas. Contudo, tal lenda
continua a persistir através da Maçonaria Livre. O autor Maçônico, Albert G.
Mackey, escrevendo acerca da abóbada diz: “A Abóbada era, então, nos antigos
mistérios símbolo de sepultura; para a iniciação era símbolo de morte, onde só
a Divina Verdade pode ser encontrada. Os Maçons Livres adotaram a mesma ideia.
Ensinam que a morte é apenas o princípio da Vida; que se o primeiro, ou o
Templo evanescente da nossa vida transitória está à superfície, devemos descer
à abóbada secreta da morte antes de encontrarmos a sagrada jazida da Verdade
que adorna o nosso segundo Templo da Vida Eterna". Este ensinamento não é
invulgar na Maçonaria Livre visto que os requisitos prévios para a iniciação incluem
que se professe a crença em Deus e na vida eterna.
O USO DO NOME CRÍPTICO
Os graus do Rito de York são classificados em
Simbólicos (Loja de Mestres Maçons). Capitulares (Capítulo de Maçons do Arco
Real), Crípticos (Conselho de Maçons Crípticos), e Cavalheirescos (Comenda
Templária). O Rito Críptico tem o seu nome derivado da palavra Críptica porque a
cena dos graus de Mestre Real e Mestre Escolhido ocorrem na Cripta subterrânea
sob o Templo do Rei Salomão. A palavra críptica significa escondido, daqui a
sua utilização na descrição destes graus. O último grau do Rito Críptico não é
críptico porque não cumpre o requisito da cena se desenrolar na abóbada. Deve
ser considerado como um grau apêndice do Rito Críptico que não possui conexão
quer histórica ou simbólica com os de Mestre Real e Mestre Seleto, como veremos
à frente.
O GRAU DE MESTRE REAL
É o primeiro grau do Rito Críptico. Os Candidatos
que recebem este grau ficam impressionados com a dignidade do ritual e com a
relevância dos seus ensinamentos. Contém uma seção que é geralmente vista como
uma peça relevante de trabalho ritual quando bem desempenhada projetando uma
representação de grande simbolismo e conteúdo filosófico. A apresentação
ritualística no grau explica os artigos contidos no Santo dos Santos do Templo
do Rei Salomão, incluindo a Arca da Aliança. O conhecimento dos quais é
essencial para aqueles que desejem compreender cabalmente os graus procedentes.
As principais personagens nestes graus é Salomão e a sua corte.
O GRAU DE MESTRE ESCOLHIDO
O grau de Mestre Escolhido nem sempre esteve associado com o de Mestre
Real. A maioria dos escritores atribui a Jeremy Cross, um leitor, autor e
educador maçônico viajante do início do século XIX, ter combinado os dois graus
num rito. Há fortes evidencias que apoiam a teoria de que o grau provém dum
grau semelhante (6º grau) do Rito Escocês chamado Secretário Íntimo do Rei
Salomão. Qualquer que seja a sua origem, a lenda deste grau é antiga. A cena
deste grau situa-se na abóbada do Templo do Rei Salomão. Os acontecimentos que
caracterizam o grau são suficientemente excitantes para lhe darem um grande
interesse. A apresentação ritualística contém a história que "completa o
Círculo de Perfeição" da Antiga Maçonaria.
O SUPER EXCELENTE MESTRE
Como foi dito, o grau de Super Excelente Mestre não
é um grau da Críptica. Mas, está relacionado com os acontecimentos que
conduziram à recuperação da Palavra perdida. Este belo grau fala-nos dum
período da história em que todos os maçons livres estão interessados, que é o
período que se segue à destruição do primeiro Templo. A essência do grau é
pressagiada na apresentação pelo Viandante Principal no Arco Real quando faz a
seguinte referencia: Sedecías, o último Rei de Judá, tinha vinte e um anos,
quando subiu ao trono e reinou onze anos em Jerusalém. O seu comportamento
desagradou ao Senhor, seu Deus. etc…".
O grau de Super Excelente Mestre é um dos graus
melhor delineados, mais tocantes e belos. Contém muitos ensinamentos para
aplicarmos na nossa vida quotidiana. Numa representação de acontecimentos
excitantes, as personagens bíblicas ganham vida representando o drama histórico
da Bíblia Sagrada. Aqui Nabucodonosor ainda reina; Sedecías experimenta os
resultados da sua vida perversa e Ezequiel e Jeremias profetizam as promessas
de Deus Todo Poderoso.
Fraterno Abraço
RuyR@mires.’.
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