Meus AAm.’. IIr.’.,
Vocês já ouviram falar do 'Apostolado' ou da 'Nobre
Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz'?
Pois é... é mais um dos episódios da nossa
Maçonaria na Independência do Brasil.
A Maçonaria na Independência do Brasil
Em 02 de junho de 1822, José
Bonifácio criou uma Sociedade Secreta, fora da Maçonaria, intitulada o
"Apostolado", ou a "Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa
Cruz", ou, como querem outros historiadores, o "Apostolado da Nobre
Ordem de Santa Cruz".
Era intenção de José Bonifácio,
como de fato o fez evitar que o Príncipe D. Pedro ingressasse na Maçonaria,
onde a liderança de Gonçalves Ledo (seu histórico adversário) era muito maior
que a sua.
Assim, D. Pedro ocupou o mais
alto cargo do Apostolado, com o título de Archonte-Rei, sendo José Bonifácio
seu Lugar-Tenente. Pertenciam ao Apostolado diversos maçons. Antônio Carlos, o
único maçom entre os três irmãos Andradas, viria a redigir, no Apostolado, sob
orientação de José Bonifácio, a constituição política que deveria reger os
destinos do Brasil.
A posição de Gonçalves Ledo,
clara e conhecida por todos, era a da Independência, sob o regime
republicano-democrata.
Mas Gonçalves Ledo reconhecia
que, sob as circunstâncias políticas, era praticamente impossível prescindir da
liderança do Príncipe Regente D. Pedro. Daí resultou o trabalho de Gonçalves
Ledo e seus seguidores para atrair D. Pedro às fileiras da Maçonaria.
Ainda não havia, no Brasil, o
conceito maçônico de Obediência, a despeito de tentativas anteriores, com uma
Oficina-Chefe que submetesse todas as Lojas a um só objetivo, a criação do
Brasil como país independente e unido em todo o território da Colônia. As Lojas
Maçônicas estavam dispersas ocasionando movimentos político-maçônicos de
Independências regionais.
No início do ano de 1822, sob a
iniciativa de Joaquim Gonçalves Ledo e seus seguidores, a Loja Comércio e
Artes, com elevado número de membros, dividiu-se em três outras, como reparação
para a criação de uma Obediência: o Grande Oriente Brasiliano (logo depois,
denominado Grande Oriente do Brasil). Foram criadas as Lojas Comércio e Artes
(já existente), União e Tranqüilidade e Esperança de Niterói. A composição das
três novas Lojas foi feita por sorteio, com os membros da Loja Comércio e
Artes.
A Assembléia Geral de Criação do
Grande Oriente Brasiliano ocorreu no 28º dia, do 3º mês, do ano de 5822, do
calendário maçônico primitivo, que estava em uso. Nesse calendário, o ano
maçônico inicia no dia 21 de março. Por conseguinte, o 28º dia, do 3º mês, é o
dia 17 de junho. O ano, no calendário gregoriano, é obtido pela subtração da
cifra 4000, do ano do calendário primitivo, ou seja, 1822.
Nessa mesma Assembléia, de 17 de
junho de 1822, em que foi criado o Grande Oriente Brasiliano, foram nomeados,
por aclamação, José Bonifácio para o cargo de Grão-Mestre e Joaquim de Oliveira
Alves para o cargo de Grande Delegado (atual Grão-Mestre Adjunto). Nenhum dos
dois estava presente. José Bonifácio declarou não poder comparecer. O Marechal
Joaquim de Oliveira Alves, chamado a tomar posse, compareceu imediatamente,
prestando o juramento. José Bonifácio prestou juramento na Sessão de 19 de
julho de 1822 (Sexta Sessão do Grande Oriente).
A ascensão de José Bonifácio ao
alto cargo de Grão-Mestre, foi, claramente, uma manobra de Gonçalves Ledo e
seus aliados, no sentido de atrair o "poder" para a causa maçônica,
já que José Bonifácio exercia forte influência sobre o Príncipe Regente.
Certamente, Gonçalves Ledo, ainda, nutria esperança da Independência como
república democrática, utilizando os valores existentes para a causa, que,
apaixonadamente, defendia.
Na referida Assembléia Geral (das
três Lojas), procedeu-se à eleição para os dirigentes do Grande Oriente
Brasiliano, título que ostentou na sua criação.
O local da fundação do Grande
Oriente Brasiliano foi em um sobrado da Rua do Fogo, esquina da Rua São
Joaquim, atuais, Rua dos Andradas esquina da Rua Marechal Floriano.
As Sessões do Grande Oriente
Brasiliano foram, na maioria absoluta, presididas pelo Primeiro Grande
Vigilante Gonçalves Ledo, verdadeiro líder na Maçonaria, configurando todos os
movimentos para a emancipação.
O Grande Oriente Brasiliano
adotou, inicialmente, o Rito Adonhiramita, também, denominado, à época, de
"Maçonaria dos 13". Na Ata da 5ª Sessão do Grande Oriente (12 de
julho de 1822), consta que os trabalhos teriam passado a Realizar-se no Rito da
"Maçonaria dos Sete", o Rito Francês ou Moderno. Mas os Irmãos,
ainda, permaneceram adotando os nomes heróicos do Rito Adonhiramita.
D. Pedro, que já era o dirigente
máximo do Apostolado, percebeu que teria muito mais amplo apoio nacional na
Maçonaria do que naquela sociedade secreta não-maçônica, o Apostolado. D.
Pedro, também, percebeu que, se não se incorporasse à Ordem, a Independência
seria proclamada pela Maçonaria de qualquer forma, e ele estaria fora do
movimento.
Atraído por Gonçalves Ledo, com o
apoio de "última hora" de José Bonifácio, o Príncipe Regente aceitou
ser iniciado na Maçonaria, o que foi feito ritualisticamente, na Loja Comércio
e Artes, em 02 de agosto de 1822 (13º dia, do 5º mês, do ano da V. L de 5822,
do calendário primitivo, então, adotado), recebendo o nome heróico
"Guatimozim". O uso do "nome heróico" era, ainda, herança
do Rito Adonhiramita, embora o Grande Oriente já operasse no Rito
Moderno.
Nesse mesmo dia e hora,
Realizava-se a 9ª Sessão do Grande Oriente, e a Assembléia tomou conhecimento
da iniciação de D. Pedro, ao final dos trabalhos (consta, também, que o
Príncipe Regente, recém-iniciado, foi recebido no Grande Oriente, ao final da
referida Sessão de 02 de agosto).
Na Sessão seguinte do Grande
Oriente, em 05 de agosto (a 10ª Sessão), sob a direção de Gonçalves Ledo, foi o
Venerável da Loja Comércio e Artes autorizado a dar o Grau de Mestre ao Irmão
Guatimozim.
José Bonifácio, observando que o
seu substituto, Marechal Joaquim de Oliveira Alves, idoso e doente, nunca
estava presente aos trabalhos, deixando o Supremo Malhete para Gonçalves Ledo,
compareceu à 12ª Sessão (17 de agosto), aparentemente, com a única finalidade
de substituir seu Grão-Mestre Adjunto, pelo Brigadeiro Luís Pereira da Nóbrega,
então, Ministro da Guerra. Mas o Brigadeiro Nóbrega (o Irmão Turenne, membro da
Loja Comércio e Artes), também, não comparecia às Sessões, deixando a direção a
Gonçalves Ledo.
Gonçalves Ledo, sempre presente
às reuniões, presidia quase todas as Sessões do Grande Oriente, em face da
ausência constante do Grão-Mestre e de seu Grão-Mestre Adjunto.
No intuito de melhor atrair D.
Pedro para a sua causa e afastar a influência, que José Bonifácio possuía em
razão de seu cargo de Grão-Mestre, Gonçalves Ledo e seu grupo propuseram, na
Sessão de 22 de agosto (2º dia, do 6º mês), o nome de D. Pedro para
Grão-Mestre, o que foi aprovado por aclamação; José Bonifácio foi deslocado
para o cargo de Grão-Mestre Adjunto.
Não seria necessário enfatizar
que a manobra desagradou a José Bonifácio e que a dissensão entre as duas
correntes se acirrou.
Nesse meio tempo, a situação
política, na província de S. Paulo, necessitava de cuidados especiais. Ainda
havia, em S. Paulo, grande reação contra o governo da regência (adesão às
cortes de Lisboa), à semelhança do que ocorrera, alguns meses antes, em abril
de 1822, em relação à província de Minas.
Assim como obtivera a adesão de
Minas, desejava D. Pedro a mesma adesão da província de S. Paulo. Sem dúvida,
era necessário ter, como aliadas, as três mais importantes províncias: Rio de
Janeiro, S. Paulo e Minas.
Era iminente uma guerra civil que
pretendia separar a Província de São Paulo do resto do Brasil.
D. Pedro passou o poder a D.
Leopoldina no dia 13 de Agosto de 1822, nomeando-a Chefe do Conselho de Estado
e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais, para
governar o país durante a sua ausência, e partiu em 14 de agosto, para
apaziguar São Paulo.
D. Leopoldina teve um papel
decisivo na Independência do Brasil. Em agosto de 1822, os brasileiros já
estavam cientes de que Portugal pretendia chamar D. Pedro de volta, rebaixando
o Brasil, de Reino Unido, para voltar a ser uma simples colônia.
Ainda, no mês de agosto, no dia
25, D. Pedro conseguira a adesão da província de S. Paulo. Permaneceu mais
alguns dias na capital da província, partindo no dia 5 de setembro, para uma
visita à cidade de Santos. Diz a história que fora visitar sua amante, D.
Domitila de Castro Canto e Melo.
Por fins de agosto, receberam-se,
na corte, notícias de Lisboa.
Eram decretos de julho, das
cortes de Lisboa, que anulavam atos do governo do Rio; mandavam processar os
Ministros de D. Pedro e os signatários das representações a ele dirigidas, em
nome das províncias de S. Paulo e Minas; conservava o Príncipe Real como
Regente do Brasil até que estivesse promulgada, em Portugal, a Constituição da
Monarquia, sujeitando-o ao Congresso e recebendo, para Ministros e secretários
de Estado, as pessoas nomeadas pelo rei.
Essas notícias chegaram ao tempo
em que informações tranqüilizadoras, vindas da Bahia, davam conta do
levantamento geral dos baianos contra a pesada opressão das tropas do General
Madeira de Melo, que insistia na adesão às cortes de Lisboa e não aceitava o
"Fico", assim como a conseqüente posição de não-submissão, por D.
Pedro e seu ministério, às ordens das cortes de Lisboa.
O Conselho de Estado foi
convocado e, na ausência de D. Pedro, foi presidido pela Princesa Real, em 02
de setembro.
D. Leopoldina era a chefe do
Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil desde 13 de agosto.
José Bonifácio fez a exposição
verbal do estado em que se achavam os negócios públicos, que não mais era
possível permanecer naquele estado de dubiedade e indecisão e que, para salvar
o Brasil, cumpria que se proclamasse, imediatamente, a sua completa separação
de Portugal.
A mudança súbita de posição de
José Bonifácio era decorrente das decisões das cortes de Lisboa, que o
atingiram frontalmente, porque, além de Ministro de D. Pedro, foi Signatário,
como Vice-Presidente da província de S. Paulo, da representação dirigida ao
Príncipe-Regente, por ocasião do episódio do "Fico". Era réu duas
vezes. Tratava-se, antes de tudo, de livrar-se daquela certeza de condenação,
mantendo sua posição junto ao Príncipe-Regente, para permitir futuras manobras
políticas.
Propôs José Bonifácio, na reunião
do Conselho de Estado, que se escrevesse a D. Pedro para que, sem perda de
tempo, pusesse termo, ali mesmo em S. Paulo, à situação tão dolorosa para os
brasileiros. Todos os Ministros aplaudiram a proposta, imediatamente aceita
pela Princesa Real, D. Maria Leopoldina, que, também, escreveu uma carta a D.
Pedro, incentivando a efetivação das proposições, encaminhadas por José
Bonifácio.
Já estavam prontos dois
mensageiros, o Major Antônio Ramos Cordeiro e Paulo Emílio Bregaro, para partir
ao encontro de D. Pedro com os despachos do Conselho de Estado.
Os mensageiros chegaram a S.
Paulo no dia 7 de setembro. Informados de que D. Pedro estaria em Santos,
dirigiram-se, de imediato, àquela cidade. Encontraram o destacamento precursor
do Príncipe-Regente (que retornava a S. Paulo) no Ipiranga, e D. Pedro, à
meia-légua adiante.
Entregaram a correspondência ao
Príncipe, que, ainda montado, imediatamente passou a ler. Após a leitura,
entregou os documentos ao seu ajudante de ordens, Major Canto e Melo.
Disse, então, D. Pedro, à
meia-voz: "Tanto sacrifício feito por mim e pelo Brasil inteiro, ... e não
cessam de cavar a nossa ruína!". "É preciso acabar com isto!".
Desembainhando a espada, grita:
"Independência ou Morte!".
Esporeou o animal e avançou para
o local onde estava seu séqüito, com a espada ainda desembainhada. Exclamou,
então, D. Pedro, para toda aquela gente:
"Camaradas! As cortes de
Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil; cumpre, portanto, declarar já a sua
Independência: estamos definitivamente separados de Portugal!".
Estendendo a espada à frente do
corpo, repete a toda força: "Independência ou Morte!".
Partiu dali a comitiva para S.
Paulo, aonde chegou cerca de seis horas da tarde; a notícia foi recebida com
entusiasmo pelo povo. Seguiram-se as comemorações. D. Pedro permaneceu em S.
Paulo até o dia 09 e, na madrugada seguinte, partiu de volta ao Rio de Janeiro,
aonde chegou à noite, do dia 14 de setembro.
Enquanto se aguardava o retorno
de D. Pedro ao Rio, a Princesa Leopoldina, já como a Primeira Governante
Interina do Brasil Independente, idealizou a Bandeira do Brasil: Com o verde da
família Bragança e o amarelo ouro da família Habsburgo.
No dia 09 de setembro de 1822, em
Sessão do Grande Oriente, Gonçalves Ledo, que presidia a Sessão, em memorável
discurso, declarou:
"... as atuais
circunstâncias políticas de nossa pátria, o rico, fértil e poderoso Brasil,
demandavam e exigiam, imperiosamente, que a sua categoria fosse inabalavelmente
firmada com a proclamação de nossa Independência e da Realeza Constitucional na
pessoa do Augusto Príncipe, Perpétuo Defensor Constitucional do Reino do Brasil".
Essa afirmação de Gonçalves Ledo,
aprovada e aclamada (por unanimidade), foi considerada como a Declaração da
Independência, proclamada desde o Grande Oriente do Brasil.
Não há dúvida de que Gonçalves
Ledo, ao fazer o inflamado discurso na Sessão de 09 de setembro, já sabia,
muito bem, o que poderia acontecer, pois estivera presente à reunião do
Conselho de Estado, no dia 02 de setembro.
Muitos autores, inclusive
maçônicos, dataram a referida Sessão como em 20 de agosto de 1822. Não foi. O
erro de datação ainda se deve ao desconhecimento de que, pelo calendário
primitivo, adotado pelo Grande Oriente, o 20º dia, do 6º mês, não é o dia 20 de
agosto, mas o dia 09 de setembro.
No dia 20 de agosto de 1822, não
houve Sessão no Grande Oriente. Na Sessão de 09 de setembro, nenhum dos
presentes poderia saber que, dois dias antes, D. Pedro já houvera proclamado a
Independência, com o famoso "Grito do Ipiranga".
Esse erro de datação ocasionou,
no Grande Oriente do Brasil e no restante da Maçonaria brasileira, a
instituição do dia 20 de agosto como sendo, até hoje, o "Dia do
Maçom".
Alguns autores, profanos e
maçônicos, apresentam o dia da posse de D. Pedro como Grão-Mestre, no dia 14 de
setembro de 1822, incorrendo sempre no mesmo erro de indicar o dia 1º de março
como o do início do Ano da Verdadeira Luz. Há, até, da parte desses autores,
que defendem o 14 de setembro para a posse de D. Pedro como Grão-Mestre, alguma
coerência, porque, segundo alguns escritores, ele teria regressado de São
Paulo no dia 14 de setembro, diretamente para a sede do Grande Oriente.
Mas a cronologia oficial confirma
o dia 04 de outubro para a posse do Grão-Mestre D. Pedro. O primeiro
Grão-Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva, ocupou o cargo, portanto, entre
os dias 17 de junho de 1822 e 04 de outubro de 1822.
A intenção de Gonçalves Ledo,
diminuir o prestígio de José Bonifácio e tentar, ainda, a implantação da
república, surtiu efeito momentâneo.
Na posse de D. Pedro, em 04 de
outubro, o Maçom Domingos Alves Branco aclamou, com voz forte e por três vezes:
"Viva o Senhor Dom Pedro de Alcântara, Primeiro Imperador e Defensor
Perpétuo do Brasil". A Assembléia repetiu com entusiasmo e, unanimemente,
a aclamação proposta por Domingos Alves Branco.
Estava perdida a causa
republicana. O Brasil independente continuaria a ser uma monarquia, ligada às
casas reais européias, o que veio a ser, na prática, uma
"meia-Independência". Na Realidade, parece ter sido essa a vontade de
D. Pedro, porque ele e os portugueses, que o cercavam, desejavam manter o
Império do Brasil e herdar o Reino de Portugal, com a morte de D. João VI. Essa
concorrência de fatos reuniria, novamente, Portugal e Brasil, como dois reinos,
mas, evidentemente, recriaria a condição de Brasil colônia.
Fraterno Abraço
RuyR@mires.'.

Prezado Irmão, seus relatos históricos são impressionantes.
ResponderExcluirSou admirador de José Bonifácio ainda quando era profano. Sei que a maçonaria naquela época se dividiu entre republicanos e monarquistas, porém todos pela independência.
Mas arrisco a fazer uma afirmação de que José Bonifácio era republicano. Ocorre que a república não era viável, sem que houvesse o desmembramento de importantes regiões do Brasil, a exemplo do que aconteceu nas colônias espanholas.
José Bonifácio primeiro conseguiu trazer o imperador para a causa da independência, depois, para uma monarquia constitucional. Em 1825 tínhamos uma constituição, quase democrática, se não fosse as questões palacianas que causaram ciumes no Imperador e o fizessem destituir a assembléia constituinte e enviar José Bonifácio para o degredo. No exílio, Bonifácio escreveu várias cartas sobre a decepção com "Pedro" (ele tinha intimidade para chamá-lo assim). A estas cartas somam-se ensais que ele produziu para constituinte, sobre a abolição da escravatura, formação da identidade nacional, miscigenação das raças que compunham o povo brasileiro e foram publicadas pela editora abril. Era um homem a frente do seu tempo.
Por estas razões que eu penso que a maçonaria é um pouco dura com José Bonifácio. A independência do Brasil foi um ato legítimo que depois se tornou autoritário, porque Dom Pedro I pecou gravemente ao destituir a constituinte.
Há, um detalhe, no governo de Dom Pedro II, o Brasil experimentou liberdade de imprensa, desenvolvimento tecnológico, comercial e industrial. Dom Pedro II, brasileiro nato, que morreu também no exílio, levou consigo um frasco contendo a terra do nosso pais e pediu, ao ser enterrado, que sobre o seu caixão jogasse a terra do Brasil. Este notável homem, teve como tutor, preceptor e educador, José Bonifácio de Andrade, que foi chamado de volta ao Brasil por Dom Pedro I, quando retornou a Portugal. Dom Pedro II disse que preferia ser Presidente do Brasil, ao invés de imperador.
Obrigado pela leitura e espero ter dado novos elementos para construção do conhecimento.
Igor Corrêa
Frat. 35
GLMMG